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História do rap

 

 
 
O Rap
 

O Rap ( Ritmo e Poesia ou Revolução Atravéz das Palavras), que surgiu nos anos 70, foi e representa até hoje uma forma de mostrar a realidade social, que é ainda desconhecida pela sociedade.

Quando o movimento Hip-Hop começou a tomar forma, a população negra dos EUA já tinha um longo histórico de lutas contra a opressão, e há tempos vinha utilizando a música e as rádios para resistir à exploração que era imposta pela maioria Branca. Nos anos 60, o país foi sacudido por uma série de tumultos raciais (Um dos mais conhecidos ocorreu no Gueto de Watts, em 1964)

O Rap, porém, oferecia uma vantagem a seus simpatizantes: Não era preciso gastar uma fortuna em equipamentos ou montar uma banda profissional para se exercer esta arte e, conseqüentemente, expressar um ponto de vista político ou social. Bastava, apenas, usar a criatividade, pois o Rap dependia mais da habilidade individual do artista em fazer seus comentários por meio de rimas do que, necessariamente, de lições de canto ou aparelhagens sofisticadas.
Além disso, o estilo era extremamente democratico, em termos de temática: podia-se fazer um Rap sobre injustiças sociais-e, também, para enaltecer uma vizinhança ou ainda para falar de amor e amizade.

Como o Rap infiltrou-se na cultura popular Norte-Americana?

No fim dos anos 70, um DJ Jamaicano, Kool Herc, mudou-se de Kingston para New York, estabelecendo-se no West Bronx.
Uma das inovações propostas por Herc foi a de improvisar versos sobre as 'bases' de certas músicas - no caso, os discos de Reggae.
Herc já fazia aquilo em seu país natal e achou que o público dos EUA se renderia imediatamente ao estilo.
No entanto, apesar de não terem passado inteiramente despercebidas, as experiências músicais do DJ não obtiveram grande repercussão de imediato, pelo fato de o Reggae não estar 'em alta' em New York daquele período.
Assim, o DJ adaptou o seu estilo à nova realidade, fazendo suas improvisações verborrágicas sobre sessões instrumentais ou de percussão dos grandes sucessos do momento. Infelizmente, o 'espaço' para essas improvisações era pequeno - os trechos instrumentais ocupavam um espaço limitado das partituras -, e, assim, Herc precisou lançar mão da tecnologia para virar o jogo a seu favor: utilizando um Mixer de áudio, o DJ conseguiu estender o tempo dessas sessões de modo indeterminado, ampliando consideravelmente a 'base' para suas mensagens.
No inicio, essas mensagens não eram muito sotisficadas ou complexas, Por exemplo, era comum os DJs valerem-se do recurso imaginado por Herc para anunciarem a presença de um convidado em uma festa de Hip-Hop. Assim, durante os trechos instrumentais das músicas, eles eles inseriam breves discursos, como: 'É isso aí, galera, fulano de tal esta aqui esta noite, e vai agitar a festa pra vocês'; com o tempo, uma ligeira inovação foi operada no estilo: Os DJs começaram a rimar seus discursos, que ganharam um tom mais descolado: 'É isso aí, galera! Fulano chegou pra arrasar...Alguém duvida que o homem é fera?' - e assim por diante.
Pouco a pouco, o Rap foi ganhando a cara que tem atualmente: Kool Herc prestou outra contribuição importante à evolução do gênero quando, ao notar que sua invenção havia 'pegado' junto à galera, passou a dividir trabalho com dois companheiros, Coke La Rock e Clark Kent, que respondiam pelos microfones. Estava formado, assim, o primeiro 'grupo' de Rap: Kool Herc and The Herculoids.
Os efeitos da 'democratização' do Rap foram benéficos ao movimento Hip-Hop. De um fênomeno isolado, restrito à juventude negra dos EUA, o Rap foi absorvido pelo mercado mainstream, conquistanto um número maior de adéptos. A mensagem do Rap também passou a ser mais incisiva, do ponto de vista político: O grupo Public Enemy, por exemplo, reacendeu a polêmica da luta contra a segregação racial em músicas como 'Fight The Power'.

Hoje, o Hip-Hop é uma poderosa influência na formação de milhares de jovens, independentemente de fatores como raça ou condição social. A cultura Hip-Hop trascendeu fronteiras e revolucionou a música popular, tornando-a mais sensível aos problemas das grandes cidades.